O terapeuta ocupacional é o profissional de nível superior que tem como objetivo auxiliar na manutenção, no estabelecimento e na recuperação das habilidades do paciente em desempenhar, de forma satisfatória, as suas atividades básicas (como segurar e levar o talher até a boca, vestir-se, tomar banho, ir ao banheiro e deslocar-se, por exemplo, de uma cadeira para o vaso sanitário ou cama), assim como àquelas mais complexas (como gerenciamento da comunicação, realizar o cuidado intra ou extradomiciliar, mobilidade na comunidade, retornar ao trabalho, desempenhar as atividades de participação social, dentre outras).

O Serviço de Terapia Ocupacional do HUCFF atende indivíduos de todas as faixas etárias e diagnósticos clínicos ou cirúrgicos, internados ou ambulatoriais, cuja capacidade para desempenhar as atividades necessárias e desejadas estejam ameaçadas ou interrompidas por incapacidades temporárias ou permanentes. Nesse sentido, a atuação da Terapia Ocupacional se dá desde o período de admissão até a alta ou óbito.

Localiza-se no 2° andar do HU, com 2 espaços didáticos voltados ao ensino, pesquisa, extensão e assistência – Sala de Terapia Ocupacional e Laboratório de Atividades de Vida Diária. O Laboratório de Atividades de Vida Diária é mobiliado com móveis e equipamentos comuns a um domicílio, reproduzindo as dependências desse ambiente (sala, quarto, cozinha).
Na internação, há uma sala de apoio às atividades assistenciais em enfermaria e CTI localizada no 5° andar.

Dentre as possibilidades de intervenções realizadas pelo serviço de terapia ocupacional no HUCFF, destacam-se:

• Programas de Atividade de Vida Diária – tem como foco todo o escopo das atividades
  cotidianas do ser humano – autocuidado corporal e atividades rotineiras da vida pessoal. A partir da avaliação do status da independência, segurança e satisfação para o desempenho destas atividades, é feito o treinamento para implementar as melhorias necessárias, como a indicação de adaptações e acessórios especiais e a modificação no processo de execução das tarefas, a fim de se adequarem ao nível funcional do indivíduo e seu potencial. Este programa é executado nas UTI, nas enfermarias e no Laboratório de Atividades de Vida Diária, localizado no segundo andar;                    
• Manutenção de uma rotina equilibrada de acordo com o gasto de energia de cada atividade, a fim de minimizar exacerbação dos sintomas (fadiga, dispneia, mal-estar, ansiedade, dentre outros) e complicações clínicas. Ademais, visando minimizar os efeitos do distanciamento social, imobilismo, inatividade e declínio cognitivo-funcional durante o período de recuperação;                          
• Programa de Terapia Sensório-Cognitiva-Motora – tem o foco na recuperação de funções físicas e mentais específicas que estão diretamente associadas ao desempenho das atividades cotidianas. São elas: treino de habilidades motoras, como mobilidade no ambiente e interação com objetos, preensão de objetos, por exemplo; percepção e discriminação das sensações táteis e dos demais aspectos cognitivos que interferem no planejamento e na execução das atividades cotidianas; conservação da energia (importante para os pacientes que se fadigam e apresentam dispneia com facilidade devido às deficiências do sistema cardiorrespiratório e/ou musculoesquelético); e proteção articular para evitar o desgaste das articulações durante as atividades cotidianas e prevenir o agravo de deformidades;                          
• Confecção de órteses – são dispositivos destinados a apoiar ou mobilizar uma parte do corpo que esteja em processo de reabilitação, com o objetivo final de prevenir ou corrigir deformidades e auxiliar na recuperação físico-funcional dos membros superiores e inferiores (como, por exemplo, para o pé caído);                              
• Adequação Postural – avaliação, indicação e treinamento do paciente para uso de cadeiras de rodas e outros equipamentos que permitam a postura adequada para a execução das atividades cotidianas, especialmente as que utilizam a postura sentada, como durante a alimentação e a higiene corporal em cadeira, especial para uso no banheiro;                                        
• Adequação Ambiental – avaliação e indicação de adaptações do ambiente (barras de segurança, pisos antiderrapantes, acessibilidade para cadeira de rodas etc.). Visa o aumento da independência, da segurança e da integração do indivíduo com as atividades desempenhadas no hospital e em domicílio, respeitando os limites impostos pelo
  adoecimento;
• Processo de desospitalização – favorecimento do retorno gradual das atividades em domicílio.